domingo, 13 de setembro de 2009

Moonshadow

E eis aqui mais uma impressionante e bem elaborada história, obra de J. M. DeMatteis e Jon J. Muth.

Ler Moonshadow me faz lembrar do Pequeno Príncipe em busca de suas aventuras que, como tal, sempre vem acompanhada de desventuras.

Longe de ser uma mera leitura sem pé nem cabeça, esta obra traz consigo a face da inocência e da malícia estampadas no mesmo quadro, de modo que por vezes nos perdemos em nossas próprias "certezas".

Tudo começa com as emblemáticas esferas que percorrem o universo chamadas de G'L Doses. Ninguém sabe ao certo quem são, ou o que são, apenas sabe-se que têm um poder descomunal, capaz de trazer a paz ou a destruição. Alguns as chamam de deuses, outros de demônios, apenas um homem as descreveu como caprichosas. Decerto, tudo o que tais esferas realizavam não tinham um padrão, apenas faziam por prazer.
A história conta que aconteceu certa noite de uma moça chamada Sunflower e seu gato Frodo caminharem pelo parque. A cabeça de Sunflower pesava com tantos porquês. Então, um milagre aconteceria: uma esfera brilhante viria em sua direção e a raptaria (alguma semelhança com o mito de Hades e Persérfone?). Estaria Sunflower alcançando o esperado nirvana? Desapontada, e agora com mais perguntas ainda, percebeu que havia sido sequestrada pela esfera brilhante. Tempos depois, da união de uma das G'L Doses com Sunflower nasce Moonshadow.

O que para a maioria das pessoas pareceria um absurdo, para o pequeno Moonshadow era a idéia mais tentadora, a mais interessante, a mais vívida! Romântico, curioso, sonhador, e "inocente" (o que acaba conferindo a narrativa ares de poesia), o jovem protagonista escolhe para si o mundo da fantasia, onde ele pode lutar contra Moby Dick, voar por várias galáxias, salvar princesas indefesas, e... se decepciona ao descobrir da pior maneira uma realidade cruel, que se aproveita do sofrimento alheio e que depois o abandona como um lixo qualquer a ser descartado.
Assim Moonshadow, Sunflower e Ira, um ser de caráter duvidoso a quem Moonshadow nutre profundo respeito, saem galáxia afora, sem rumo certo. Oscilando, ora entre guerras, ora entre campos verdejantes, ele cresce e quanto mais cresce mais distante fica a imagem do homem heróico.


"Apesar de todos os meus traumas e meus ataques Byronianos de melancolia, meu otimismo jamais me abandonou. Por quê? Porque: Eu tinha amor. Eu tinha sonhos. Eu tinha música. E, por último... Eu tinha Ira. Ira não era seu nome verdadeiro, apenas a coisa mais próxima que uma língua humana poderia falar. Ele era grosseiro, cínico, malicioso, mal-humorado, arrotava sem nenhuma vergonha, defecava onde queria e ofendia todo mundo. Resumindo: um egoísta peludo que só se importava em encher sua barriga e acariciar seus genitais. Lembre-se que, para todos os efeitos e propósitos, eu não tinha pai. Por mais terna e encorajadora que a querida "Sunflower" fosse, a ausência de uma pai deixou uma enorme falha em minha existência. E meninos precisam de pais... pais de verdade - não bolas de luz! Talvez fosse porque Ira também tinha sido banido por nosso colegas do Zôo. Talvez ele representasse o que eu precisava para compreender as pessoas que tanto me machucavam. Ou talvez eu tivesse ficado louco como só um garoto de 12 anos pode ficar. De qualquer forma adorei Ira instantaneamente. 'Eu preciso de um pai', decidi, 'e Ira será ele'. Determinado, insisti. Horrorizado ele recusou. Eu insisti com mais vigor. Ele se irritou. Eu fiquei... animado!" (Moonshadow 01: Canções da Felicidade).


Abaixo segue as edições para download:




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